Riselda Morais
Diminuir a violência, é hoje, um clamor nacional. O cidadão tem medo de sair de casa, de dia ou à noite, de carro ou a pé, devido aos seguidos atos de violência sofridos pela sociedade. Arrastão, roubo, furto, assalto, tentativa de homicídio e assassinato são atos violentos ao qual todos estão expostos, seja cidadão comum ou força de segurança. Dentro das casas as pessoas estão cada dia mais assustadas, usam grades, travas de segurança, câmeras, sistemas de segurança, mas continuam sentindo-se vulneráveis.
O Brasil tem 17 cidades entre as 50 mais violentas do mundo em números de homicídios, algumas com taxa de 31,1 mortes por 100 mil habitantes; acima da taxa de 10 homicídios por cada 100 mil habitantes, que é considerada pela Organização Mundial da Saúde como característica de violência epidêmica. Está entre os países com maior número de mortes no trânsito. Só no Estado de São Paulo 3.800 carros são roubados por mês mas apenas 6% dos roubos são flagrados. O número de roubo e furto de celulares sequer tem estatística.
Um dos maiores desejos dos brasileiros hoje é: “Quero um Brasil sem violência”. Todos nós queremos não é mesmo? Mas o que se pode fazer no dia-a-dia para combater a violência? Vamos mudar o Brasil?
Pequenas atitudes podem contribuir para o combate ou para o estímulo da violência. Se começarmos a mudança em nosso comportamento teremos mais força para cobrar boas atitudes dos outros.
Inúmeros são os celulares roubados ou furtados. Quando fruto de roubo (com agressão ou uso de armas) este celular pode ter custado a vida de alguém. Quando o infrator oferecer um celular de R$ 2 mil reais, por exemplo, por R$ 200,00 não compre. Se comprar você torna-se um receptador de acordo com o Código Penal, art. 180, com pena reclusão, de um a quatro anos e multa. Aí você pensa: “Isso não dá nada”. Mas ao adquirir você está incentivando e contribuindo para a criminalidade. Ao não comprar você está combatendo, uma vez que se não tiver a quem vender, não haverá porque roubar.
O mesmo pensamento serve para carros roubados. O muito barato, é na verdade, muito caro para toda a sociedade.
Outra forma de combater os roubos e furtos é no supermercado, na padaria, em todo o comércio legal e nos postos de combustíveis. No comercio legal, muitos são, os que adquirem produtos fruto de cargas roubadas. Aqueles que vendem o produto com preço muito abaixo de valor de mercado e tem movimentação suspeita, devemos desconfiar. Se a suspeita é confirmada, fazer uma denúncia anônima. Aqueles produtos oferecidos nas redes sociais, sem procedência ou nota fiscal, são geralmente fruto de roubo. O combustível muito abaixo do preço geralmente é gasolina ou etanol adulterado. Ao adquirirmos estamos contribuindo e incentivando a criminalidade. Ao rejeitarmos estamos combatendo.
No trânsito você nunca está sozinho(a), respeite as leis e pense no próximo. Atitudes simples como ser cordial, dar seta antes de uma conversão, reduzir a velocidade próximo ao cruzamento, dar prioridade ao pedestre nas faixas, vias e nos semáforos (desde que não esteja com o semáforo verde para o veículo), respeitar o limite de velocidade e não colar no veículo a frente. Já o pedestre olhar para os dois lados antes de atravessar; Aguardar o sinal verde para pedestres; Atravessar na faixa; Ficar atento nos corredores, pontos e terminais de ônibus. São atitudes simples que combatem a violência no trânsito e podem poupar muitas vidas.
Se quando você ouve falar que roubaram a carga de uma grande empresa, é daquelas pessoas que dizem: “É muito rica, tem seguro”. E pensa que não está sendo prejudicado(a) com este roubo está enganado(a). O roubo de cargas tem um forte impacto na economia do país e principalmente no seu, no meu, no nosso bolso. Os produtos mais visados pelos criminosos, principalmente os eletroeletrônicos, chegam ao mercado varejista com até 40% a mais no preço, que é a margem de risco de serem roubados, calculados pelas empresas desde a fabricação do produto, passando pelas transportadoras e chegando até a loja. Além deste prejuízo embutido pelo qual pagamos, temos ainda, o aumento no custo dos seguros, entre outros custos pelos quais pagamos.
Não aceite produtos de roubo, furto, produtos ensanguentados em sua casa, em sua vida. O combate à criminalidade também depende de cada um de nós, tanto quanto depende de leis justas, dos governantes, políticos e das polícias.