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sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Brasil e 11 países da America Latina assumem compromissos para prevenção e enfrentamento do AVC até 2030

Foto e edição: Riselda Morais



      Com o objetivo de melhorar a prevenção e reduzir a mortalidade por AVC - Acidente Vascular Cerebral, o Brasil e mais 11 países assinaram a Carta de Gramado que estabelece 16 compromissos sobre o cuidado do AVC em seus territórios, promover a saúde mental e o bem-estar da população até 2030.
     O documento foi assinado em 08 de agosto, Dia Nacional de Combate ao Colesterol Alto, durante o XXI Congresso Iberoamericano de Doenças Cerebrovasculares, no Encontro Interministerial Latinoamericano de AVC.
      A cooperação internacional para avançar nas estratégias de combate ao AVC foi firmada pelo Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai. A doença é a segunda causa de morte na maioria desses países.
     O AVC acontece quando a circulação do sangue é alterada em parte do cérebro. Podendo ser isquêmico quando falta sangue na região do cérebro ou hemorrágico quando há rompimento de vasos. As células podem ser lesionadas ou até morrer. Os movimentos e a fala podem ser afetados.
      Entre os países da América Latina e Caribe, o Brasil apresenta a quarta maior taxa de mortalidade por AVC, com mais de 100 mil casos  de vitimas fatais por ano, segundo dados do Ministério da Saúde. Os dados apontam também que diariamente cerca de 300 pessoas morrem vítimas de AVC no Brasil e que em 2015 mais de 228 mil pessoas foram hospitalizadas no país com diagnóstico de AVC.
     O estado de São Paulo totaliza cerca de 60 vítimas fatais por dia e mais de 21.724 casos de AVC por mês.
      No mundo são 17 milhões de AVC por ano com 6,5 milhões de mortes. 
      O AVC atinge uma em cada seis pessoas durante a vida. É uma das maiores causas de morte e incapacidade, é uma das principais causas de afastamento das rotinas cotidianas e funcionais e traz enormes custos financeiros e sociais para o país.
     Na Carta de Gramado, os países se comprometem a implementar políticas públicas eficazes ligados aos fatores de risco para evitar o AVC:  proporcionar educação da população quanto aos sinais de alerta, urgência no tratamento e controle dos fatores de risco; promover ambientes seguros e saudáveis para estimular a realização de atividade física; implantar políticas para o controle do tabaco; estimular a alimentação saudável, para reduzir o consumo de sal, uso prejudicial de álcool e controlar o peso; visando diminuir a incidência de doenças cardio e cerebrovasculares.
     Os compromissos também incluem estabelecer estratégias de detecção de fatores de risco tratáveis como hipertensão, fibrilação atrial, diabetes e dislipdemias; promover a atenção, visando ao controle dos fatores de risco tratáveis; organizar o atendimento pré-hospitalar, priorizando o paciente com AVC; priorizar a estruturação de centros de AVC, organizar unidades de AVC com área física definida e equipe multidisciplinar capacitada, disponibilizar tratamentos de fase aguda baseados em evidência, disponibilizar exames para investigação etiológica mínima, promover alta hospitalar para prescrição de prevenção secundária, estimular o uso de telemedicina nos hospitais sem acesso e especialista em tempo integral para orientação do tratamento agudo.