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quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Mais de 56% dos roubos na capital paulista são a transeuntes

Roubos, furtos e estupros provocam sensação de medo e impotência na população
Riselda Morais


“Antes de sair de casa sempre faço uma oração pedindo para voltar viva e em paz para casa”, disse-me minha irmã mais nova outro dia, depois que fomos assaltadas, o ladrão levou meu celular e a agrediu com um soco no rosto, porque ela não estava com o celular para lhe entregar.
     A sensação de impotência e medo já faz parte do cotidiano de quem mora na capital paulista. Independente do bairro, das condições sociais e do tipo de atividade, transitar pelas ruas de São Paulo exige muito cuidado e atenção, se for a pé o cuidado deve ser redobrado. 
     Mais de 56% dos roubos na capital paulista é a transeuntes, um descuido e levam o celular, joias, os documentos, os cartões, o dinheiro e tudo que a vitima tiver. 
    Mais de 18%  dos roubos são de veículos, o munícipe pode ser vitima de arrastão no trânsito, pode ter seu carro levado enquanto faz um pequeno percurso ou pode tê-lo furtado, deixar estacionado e quando voltar seu veículo não estar mais lá ou, no mínimo encontrá-lo sem os pneus.
     Segundo estatísticas da Secretaria de Segurança Pública, no período de janeiro a junho deste ano, a capital paulista teve 20.175 veículos furtados e 13.428 veículos roubados, um total de 33.428 proprietários tiveram seus veículos levados por marginais. Outros tipos de furtos somaram 102.300  casos e outros tipos de roubo 139.287 no primeiro semestre deste ano.
     Vale lembrar que é considerado roubo  quando o ladrão apropria-se do bem alheio, abordando, ameaçando a vítima, sob contato físico, violência, agressão ou arma. O furto se dá com a apropriação da coisa alheia sem ameaça ou contato físico.
Os números da violência na capital paulista sequer citam especificamente o roubo ou furto de aparelhos celulares. Isto significa que lamentavelmente esse tipo de roubo está custando vidas e está sendo tratado como banal. 
    Quando mudaremos essa triste realidade?
     Só na Avenida Paulista foram roubados ou furtados 2.473 aparelhos celulares dentro do mesmo período, vale lembrar que em muitos casos a vitima sequer faz o B.O. para evitar o transtorno e o tempo que perde dentro da delegacia, uma vez que o celular nunca é recuperado, mesmo quando tem rastreio. 
   O aumento no número de roubo e furto de celulares é uma verdadeira epidemia que cresce a cada dia e junto com o número de roubos cresce também, o número de mortes mesmo quando a vítima entrega o aparelho.
    As estatísticas mostram também, o quanto precisa ser feito para proteger as crianças na capital paulista.
Segundo dados da SSSP/SP, a capital paulista teve no mesmo período deste ano, 1.331 casos de estupro, sendo 893 estupros de vulnerável. Caracteriza estupro de vulnerável, previsto no art. 217-A, do Código Penal, a conjunção carnal ou qualquer ato libidinoso com pessoa menor de 14 anos.
     Na Zona Leste da capital paulista, de janeiro a junho,  a Cidade Tiradentes totalizou 30 estupros, destes, 25 casos foram estupro de vulnerável. 
     Na região da Penha foram 20 estupros, 14 de vulnerável. 
    No bairro da Vila Matilde houve 158 casos de roubo e 456 furtos de veículos, do total de 614, apenas 87 veículos foram recuperados. Foram registrados 08 estupros, sendo 05 de vulnerável. 
    São Miguel Paulista registrou 14 estupros, 07 de vulnerável. 
     Já a Sé na região central registrou 19 estupros, 6 de vulnerável.
    A Vila Mariana, Zona Sul da capital registrou 06 estupros nos seis primeiros meses, sendo 03 de vulnerável.
    Em Vila Brasilândia, Zona Norte, foram registrados 16 estupros, 13 de vulnerável. 
   O Capão Redondo, Sudoeste da capital,  registrou 34 estupros, sendo 25 de vulnerável. Já no Morumbi, Zona Oeste, foram registrados 11 estupros no período, 05 de vulnerável.