Por: Riselda Morais
Papa Francisco abençoa ao mundo em sua primeira aparição como pontífice |
Na quarta-feira (13/03), após dois dias de conclave, a “fumaça branca” apareceu na chaminé da Capela Sistina anunciando que o novo Papa havia sido eleito e emocionando os fiéis. O cardeal Jorge Mario Bergoglio, 76 anos, argentino, foi o escolhido pelos 115 cardeais e tornou-se o primeiro Papa latino-americano e primeiro jesuíta da história, entre os 266 Papas da Igreja Católica Apostólica Romana. Adotou o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis, terá como meta cuidar dos pobres e humildes e manter a unidade da Igreja.
O Papa Francisco, apareceu pela primeira vez aos fiéis, anunciado com a tradicional fórmula latina “Habemus Papam!” (“Temos um Papa!”), pelo mais velho dos cardeais-diáconos, o francês Jean-Louis Tauran, foi recebido com aplausos e muita alegria, pelos fiéis que aguardavam ansiosos na Praça de São Pedro, no Vaticano. O pontífice apareceu na varanda central da Basílica São Pedro e deu sua primeira bênção ‘Urbi et Orbi’, foi saudado e aplaudido com alegria pelos fiéis.
Na quinta-feira (14), o Papa Francisco presidiu a celebração eucarística na Capela Sistina, no Vaticano, com os cardeais que participaram do Conclave e durante a homilia ressaltou que nas três leituras, viu algo em comum: o movimento.
“Na primeira leitura, o movimento é o caminho, na segunda, o movimento está na edificação da Igreja, e no Evangelho, o movimento se encontra na confissão. Caminhar, edificar e confessar”, sublinhou.
O Papa Francisco frisou que a primeira coisa que Deus disse a Abraão foi: “Caminha na minha presença e sê irrepreensível. A nossa vida é um caminho. Quando paramos, alguma coisa está errada. Caminhar sempre na presença do Senhor, na luz do Senhor, buscando viver com aquela irrepreensibilidade que Deus pede a Abraão na promessa”.
O segundo ponto da homilia foi o edificar: “Edificar a Igreja, fala-se de pedras. As pedras têm consistência, mas pedras vivas, pedras ungidas pelo Espírito Santo. Edificar a Igreja, Esposa de Cristo, sobre a pedra angular que é o Senhor”.
E prosseguiu com o terceiro ponto, o confessar: “Nós podemos caminhar como queremos, podemos construir muitas coisas, mas se não confessamos Jesus Cristo, algo está errado. Tornamo-nos uma ONG piedosa, mas não a Igreja, Esposa do Senhor. Quando não se caminha, se para. Quando não se edifica sobre as pedras o que acontece? Sucede como acontece com as crianças na praia quando fazem castelos de areia, tudo desaba, pois não tem consistência”, acrescentou.
Na manhã desta sexta-feira (15/03) o Papa Francisco recebeu os membros do Colégio Cardinalício na Sala Clementina, lembrou os dias do conclave e a forma como foi recebido pelos fiéis: “O afeto e a solidariedade da Igreja universal, como também a atenção de tantas pessoas que, mesmo não compartilhando nossa fé, olham com respeito e admiração para a Igreja e a Santa Sé. De cada ângulo da Terra, se elevou uma fervorosa oração do povo cristão para o novo Papa”, e os alertou; “Jamais cedamos ao pessimismo, àquela amargura que o diabo nos oferece todos os dias. Temos firme a certeza de que o Espírito Santo doa à Igreja, com o seu sopro poderoso, a coragem de perseverar e também de buscar novos métodos de evangelização, para levar o Evangelho até os extremos confins da terra (cfr At 1,8)”, o Papa convidou-os :“Irmãos, força! A metade de nós está na velhice: a velhice é, por assim dizer, a sé da sabedoria da vida. Os velhos têm a sabedoria de ter caminhado na vida, como o velho Simão e a velha Ana no Templo. E justamente esta sabedoria fez com que reconhecessem Jesus. Doemos esta sabedoria aos jovens: como o bom vinho que com os anos se torna melhor, doemos aos jovens a sabedoria da vida”.