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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher

Por: Riselda Morais



A Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher foi lançada pelo Centro de Liderança Global das Mulheres em 25 de novembro e  termina em 10 de dezembro, no Dia Internacional dos Direitos Humanos. Com o slogan “Desde a Paz no Lar até a Paz no Mundo: Desafiemos o Militarismo e Terminemos com a Violência contra as Mulheres” a campanha acontece simultaneamente em 160 países. 
O objetivo da Campanha é buscar a celeridade em inquéritos policiais e processos e sensibilizar a população sobre e importância de denunciar casos de violência contra mulheres.
Segundo dados da ONU - Organizações das Nações Unidas mais de 70% das mulheres de todo o mundo sofrem alguma forma de violência ao longo da vida e estima-se que uma a cada cinco mulheres seja vitima de tentativa de estupro ou sofra o estupro. Os dados da ONU alertam que mulheres entre 15 e 44 anos apresentam maior risco de sofrer violência doméstica sexual do que serem vitimas de doenças como  câncer e malária ou doenças sociais como acidentes de carro com morte.
Lançada em 1991, a campanha 11 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher já mobilizou mais de 3,7 mil organizações em 164 países, entre eles, o Brasil.
Dados da Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180 revelam que foram registrados mais de 2 milhões de atendimentos a mulher brasileira no período de abril de 2006 a outubro de 2011. Depois da implantação da central 180 e da Lei Maria da Penha entrar em vigor as mulheres brasileiras estão denunciando mais  a violência sofrida na qual antes se sucumbiam no silêncio. 
Segundo o balanço da Central 180, de janeiro a outubro deste ano, houve 530.542 ligações e registro de  58.512 relatos de violência. Do total, 35.891 casos foram de violência física; 14.015 violência psicológica; 6.369 registros de violência moral; 959 de violência patrimonial; 1.014 casos de violência sexual; 264 casos de cárcere privado e 31 de tráfico de mulher. Juntas, as violências moral e psicológica, tipos de violência silenciosas, não deixam marcas e não aparecem somam 34,9% das ligações feitas ao 180.
 “A partir da tipificação desses dois conceitos pela Lei Maria da Penha, as mulheres começaram a perceber que os xingamentos e pressões de ordem moral mexem com sua ‘psique’ e as tornam vulneráveis às doenças de origem emocional” explica a ministra Iriny Lopes.  
Segundo dados do balanço, 26.676 das mulheres vitimas de violência que ligaram para o 180 têm entre 20 e 40 anos,  16.000 possuem ensino fundamental completo ou incompleto, 40% convivem com o agressor há mais de dez anos e 44% declararam não depender financeiramente do agressor.
A maioria (74%) dos crimes de violência praticados contra a mulher são cometidos pelo companheiro, cônjuge ou namorado. Os dados revelam também, que 66% dos filhos presenciam a violência e 20% sofrem a  violência junto com a mãe. 38% dessas mulheres sofrem violência desde o inicio da relação e 60% relataram que sofrem violência diária. 
Por Estado, São Paulo lidera o ranking nacional com 77.189 ou um terço dos atendimentos; seguido da Bahia com 53.850 e Rio de Janeiro com 44.345 atendimentos. A nível nacional, segundo dados do IBGE 39% dos lares brasileiros são providos só por mulheres.