Saiba onde vão ser as estações, locais que sofrerão concessão ou desapropriação e detalhes técnicos do projeto.
Riselda Morais
Cerca de 150 moradores e comerciantes da região que sofrerão ação de concessão ou desapropriação participam da audiência, esclareceram dúvidas e mostraram insatisfação |
O Metrô realizou na segunda-feira (12), a partir das 19h30m, no auditório da Subprefeitura Aricanduva/Formosa/Carrão, em audiência pública com moradores e comerciantes locais, uma apresentação do projeto metroferroviario da Extensão da Linha 2 - Verde - Vila Prudente - Guarulhos, que prevê a construção das estações: Orfanato, Água Rasa, Anália Franco, Vila Formosa, Guilherme Giorgi, Nova Manchester, Aricanduva, Penha, Penha de França, Tiquarita, Paulo Freire, Ponte Grande e Dutra.
O proponente da Audiência Pública, Deputado Estadual José Zico enfatizou a importância de trazer ao conhecimento dos moradores da região, o traçado da nova linha. “Antes de aprovar o Projeto de Lei que autoriza o Governador a pegar empréstimos, eu pedi que a gente pudesse conversar, para que a população de Vila Prudente até Guarulhos, pudesse entender e compreender, todo esse entrave que vai fazer e os benefícios que vai trazer para a nossa região”, declarou José Zico.
Para a Subprefeita Dilian Guimarães, obter as informações direto do Metrô pode evitar muitos mal entendidos em relação aos locais impactados, concessão e desapropriação de imóveis. “É importante ter a informação direto da fonte, esse trajeto que vai passar tão pertinho de nossas casas”, afirmou Dilian.
O Presidente da Comissão de Transportes, Deputado João Caramez, ressaltou a importância do Sistema Metroferroviário, Metrô e CPTM nesta cidade que tem 22 milhões de habitantes. “Essa Audiência Pública é um processo democrático, afinal de contas, tem um projeto, que vai precisar de nossa aprovação, para que o governador possa ter os recursos através de empréstimos para poder fazer essa obra grandiosa”, enfatizou Caramez.
Para o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, a cidade de São Paulo está vivendo um momento muito forte de mobilidade, ele lembrou que em 1996 os trens eram um aglomerado, onde jovens andavam pendurados como pingentes e como surfistas, o que resultou em 66 mortos. “A política adotada pela CPTM não foi crescer a malha, mas modernizar os 160,8 km que existia, o pingente e o surfista foi extinto, não se fala mais em mortos por causa de quedas e são transportados 3 milhões de passageiros por dia”, afirmou Jurandir e informou que “75% dos novos trens da CPTM tem ar condicionado, o Metrô tem ar em 52% e apenas 30% dos automóveis tem ar”.
O presidente do Metrô, Luiz Antonio de Carvalho Pacheco falou da expansão do Metrô, “hoje a cidade tem 75,4 km de linha metroviária e pretende dobrar, dentro de 6 anos estará em funcionamento mais 73,3 km já contratados, entre eles as 4 linhas que estão em obras simultaneamente, 4, 5, 15 e 17 e a linha das Universidades - Brasilândia - Freguesia do Ó - que vai passar pela Cidade Lider, cruzar o Anália Franco e cruzar a linha 2”, informou Pacheco e acrescentou que “a expectativa de que com a inauguração da Linha 4, o Metrô passe a transportar 9 milhões de passageiros”; também explicou de onde virão os recursos que serão usados na construção da Extensão da Linha 2 - Verde - Vila Prudente - Guarulhos.
“O investimento total para essa linha é de R$ 9,5 bilhões, dos quais, R$ 5,5 bilhões virão do Tesouro do Estado, R$ 1,5 bilhão financiamento do BNDES e R$ 2,5 de recursos Federais”, informou Pacheco.
O Vereador Gilson Barreto enfatizou a importância da Audiência para deixar as pessoas mais tranquilas. “Temos duas preocupações aqui, aqueles que irão ser beneficiados e aqueles que irão ser desapropriados, para esse pessoal o maior problema é não saber o que vai acontecer, é importante que possam esclarecer dúvidas e ter um ponto de apoio para resolver as questões”, disse Gilson.
Técnicos do Metrô expuseram o projeto, esclareceram que dos 15,5 km de extensão, 13,6 km será linha subterrânea e além das estações haverá a construção de um pátio de manutenção, próxima à futura Estação Paulo Freire, na divisa dos municípios de São Paulo e Guarulhos e um pátio de estacionamento, próximo ao córrego Rapadura, na Vila Formosa e apontaram as Diretrizes de Traçado.
Principais eixos:
R. Cananéia, R. Madrid, R. Engº Cestari, Av. Dr. Eduardo Cotching, A. Guilherme Giorgi, R. Ten. Cel. Soares Neiva, R. Padre João e Rua Carlos Meira.
Principais travessias:
Av. Vila Ema, Av. Salim Farah Maluf, Av. Sapopemba,Av. Ver. Abel Ferreira, Av. Conselheiro Carrão, Av. Aricanduva, Radial Leste, Av. Amador Bueno da Veiga, Av. Gov. Carvalho Pinto, Av. Dr. Assis Ribeiro, Marginal Tietê, Rod. Ayrton Senna, Av. Paulo Freire, Rod. Fernão Dias e Av. Guarulhos.
Além de questionar as localizações, o público mostrou insatisfação e perguntou sobre a data prevista para o início das obras, endereço dos locais onde haverá desapropriações e o critério adotado para definição dos valores das indenizações.
A Gerente Jurídica do Metrô, Draª Alexandra, esclareceu que as ações são proposta com o valor venal do imóvel, mas os valores das indenizações são definidos por um perito, indicado por um juiz. “É muito grave para o indivíduo, nós o retirarmos da casa em que vive, mas a desapropriação é um ato de força do Estado, que impacta na vida das pessoas de uma maneira muito significativa”, declarou a Drª Alexandra.
Participaram da Audiência Pública o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes; o presidente do Metrô, Luiz Antonio de Carvalho Pacheco; os deputados estaduais José Zico Prado - proponente da Audiência e João Caramez - presidente da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa; o vereador Gilson Barreto; a subprefeita Dilian Guimarães cerca de 150 pessoas, entre moradores e comerciantes da região e membros da imprensa.