Por: Riselda Morais
Em seu primeiro discurso Dilma promete honrar a mulher brasileira e erradicar a miséria
Foi eleita em 31 de outubro de 2010 a primeira presidenta da história do Brasil. O povo brasileiro escolheu a primeira mulher a presidir o País. Conhecida como uma mulher forte, decidida, que luta pelos seus ideais, Dilma que já foi chamada de mãe do PAC e criou o programa “Minha Casa, Minha Vida”, destacou-se com ações no Governo Lula ao mesmo tempo em que enfrentou um câncer.
Dilma foi escolhida para concorrer a presidência em 2008, quando em visita a Roma, o Presidente Lula mandou um recado ao PT: "Quero que o Brasil, depois mim, seja governado por uma mulher e já existe a pessoa adequada: Dilma Rousseff", declarou Lula à imprensa italiana, que foi a primeira a escutar da boca do chefe de Estado o nome de sua candidata, voltando ao Brasil encontrou muita resistência, mas insistiu e apostando nela, ele foi seu cabo eleitoral. Dilma soube agradecer o gesto e desde que aceitou a candidatura do PT prometeu ao País a "continuidade", que resumiu na frase "muito mais de Lula, mas com alma e coração de mulher".
Durante a campanha, Dilma além de prometer continuar o Governo Lula prometeu governar para os pobres, foi eleita na primeira candidatura, mas no segundo turno com mais de 55,9% dos votos enquanto o adversário José Serra PSDB teve 44,0% dos votos válidos.
Em seu primeiro pronunciamento como presidenta do País, Dilma declarou que recebeu do povo brasileiro a missão mais importante de sua vida. Registrou como seu primeiro compromisso honrar a mulher brasileira e pediu para que pais e mães olhassem nos olhos de suas filhas e dissessem: "Sim, a mulher pode".
“Eu recebi de milhões de brasileiros e de brasileiras a missão, talvez a missão mais importante da minha vida. E esse fato, para além da minha pessoa, é uma demonstração do avanço democrático do nosso país, porque pela primeira vez uma mulher presidirá o Brasil. Já registro, portanto, o meu primeiro compromisso após a eleição: honrar as mulheres brasileiras para que esse fato até hoje inédito se transforme num evento natural e que ele possa se repetir e se ampliar nas empresas, nas instituições civis e nas entidades representativas de toda a nossa sociedade. A igualdade de oportunidades entre homens e mulheres é um princípio essencial da democracia”, declarou Dilma.
A presidenta reafirmou suas promessas de campanha e ressaltou sua alegria por ser uma mulher que chega a Presidência da República pelo caminho sagrado do voto, da decisão democrática do eleitor, do exercício mais elevado da cidadania.
“Por isso, registro aqui outro compromisso com meu país. Valorizar a democracia em toda sua dimensão, desde o direito de opinião e expressão até os direitos essenciais, básicos, da alimentação, do emprego, da renda, da moradia digna e da paz social. Eu vou zelar pela mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa, vou zelar pela mais ampla liberdade religiosa e de culto, vou zelar pela observação criteriosa e permanente dos direitos humanos tão claramente consagrados na nossa própria Constituição”, enfatizou Dilma.
Segundo ela ao viajar pelo País e visitar as regiões do Brasil, o que mais lhe deu esperança foi a capacidade de nosso povo em se apegar a menor oportunidade, de criar e empreender. Prometeu erradicar a miséria e resaltou que essa meta será realizada com um chamado a nação e a todas as pessoas de bem do País, pediu o apoio de todos.
“Por isso, reforço aqui meu compromisso fundamental que eu mantive e reiterei ao longo dessa campanha: a erradicação da miséria e a criação de oportunidades para todos os brasileiros e para todas as brasileiras. Ressalto, entretanto, que esta ambiciosa meta não será realizada apenas pela vontade do governo. Ela é importante, mas essa meta é um chamado à nação, aos empresários, aos trabalhadores, às igrejas, às entidades civis, às universidades, à imprensa, aos governadores, prefeitos e a todas as pessoas de bem do nosso país”, declarou a Presidenta.
“Não podemos descansar enquanto houver brasileiros com fome, enquanto houver famílias morando nas ruas, enquanto crianças pobres estiverem abandonadas à sua própria sorte, e enquanto reinar o crack e as cracolândias. A erradicação da miséria nos próximos anos é assim uma meta que assumo, mas para a qual peço humildemente o apoio de todos, que possam ajudar o país no trabalho de superar esse abismo que ainda nos separa de ser uma nação desenvolvida”, afirmou.
Dilma reconheceu que terá um duro trabalho para qualificar o desenvolvimento econômico. Prometeu cuidar da economia com toda a responsabilidade, fazer esforços pela melhoria da qualidade dos gastos públicos e pela qualificação do serviço público, ampliar os limites do Super Simples, trabalhar pelo Fundo Social do Pré Sal que é um mecanismo de poupança de longo prazo para apoiar as futuras gerações.
“Valorizarei o microempreendedor individual para formalizar milhões de negócios individuais ou familiares. Ampliarei os limites do super simples e construirei modernos mecanismos de aperfeiçoamento econômico, como fez nosso governo, o governo do presidente Lula na construção civil, no setor elétrico, na lei de recuperação de empresas, entre vários outros.
Dilma dirigiu-se aos partidos de oposição e aos setores da sociedade que não estiveram com ela. “Estendo minha mão a eles. De minha parte, não haverá discriminação, privilégios ou compadrio. A partir da minha posse, serei presidenta de todos os brasileiros e brasileiras, respeitando as diferenças de opinião, de crença e de orientação política”, afirmou a presidenta.
Dilma Vana Rousseff, nasceu em Belo Horizonte em 14 de dezembro de 1947, é economista, foi ministra-chefe da Casa Civil durante o Governo Lula, de quem declarou que nada e nem ninguém irá separá-la. Dilma nunca havia se candidatado a nenhum cargo público até candidatar-se a Presidência de República nestas eleições que a colocaram no posto de primeira mulher a se eleger presidente na história de nosso País.
Dilma teve uma educação tradicional, nasceu em família de classe média alta e sempre lutou pelos seus ideais políticos desde sua juventude, principalmente durante o Golpe Militar em 1964, quando integrou organizações que defendiam a luta armada contra a Ditadura Militar, como Comando de Libertação Nacional (COLINA) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR Palmares), por isto foi presa e torturada por três anos, primeiro na Oban e segundo no DOPS.
Dilma refez sua vida no Rio Grande do Sul, ao lado de Carlos Araújo por mais de trinta anos e ao lado dele ajudou a fundar o PDT . Foi secretária Municipal da Fazenda de Porto Alegre e mais tarde foi Secretária estadual de Minas e Energia. Filiou-se ao PT em 2001, participou da equipe que formulou o plano de governo na área de energia nas eleições de Lula a presidência em 2002, se destacou e foi indicada para o Ministério de Minas e Energia. Reconhecida por seus métodos técnicos e gerenciais, foi nomeada Ministra-chefe da Casa Civil.
Dilma receberá o cargo das mãos de seu mentor político dia 1º de Janeiro de 2011 e presidirá o país até 2014.