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quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Riselda Morais


    Muitas doenças infecciosas já poderiam ter sido erradicadas no mundo se todas as pessoas que tem acesso as vacinas se imunizassem e vacinassem seus filhos. 

    Entre as doenças evitáveis que poderiam estar extintas está o sarampo e a poliomielite.
    
No Brasil, das oito principais vacinas, disponibilizadas gratuitamente e obrigatórias para bebês, apenas a BCG, vacina que previne tuberculose, tem alcançado a meta de cobertura da vacinação por ser aplicada nas maternidades. As outras sete vacinas alcançaram no ano passado, cobertura bem abaixo da meta de 95% do público alvo.

    Apesar da vacinação proteger contra doenças potencialmente graves e que levam a morte, da vacina estar disponível gratuitamente na rede pública, das campanhas terem seus prazos, na maio-ria das vezes, prorrogados para alcançar uma maior cobertura... a adesão continua baixa, como é o caso das vacinas contra sarampo, gripe e febre amarela.
     A resistência a vacinação dos menores tem trazido de volta ao Brasil doenças antes erradica-das como é o caso do Sarampo.

     O Sarampo é uma doença transmitida por vírus e altamente contagiosa. É transmitido por meio de contato direto e pelo ar.

Antes da existência da vacinação, em 1963, ele causou aproximadamente 2,6 milhões de mortes, segundo a Organização Pan-americana da Saúde.
     
    A Organização Mundial da Saúde tem alertado sobre o surto de sarampo em outros países.
    Apesar da maior incidência do Sarampo ser na Ásia e na África, em 2017, os casos de sarampo aumentaram em 400% em 53 países da Europa. No mesmo ano, 110 mil pessoas morreram por sarampo, sendo a maioria, crianças menores de 5 anos.
       Segundo dados da OMS, os casos de sarampo cresceram, neste ano, 300% em comparação a 2018. Foram registrados casos da doença em 170 países.
       
   No Brasil mais de 10 mil pessoas tiveram sarampo na região norte em 2018, já neste ano, o epicentro do surto foi no estado de São Paulo que contabilizou 484 casos de janeiro a julho., a maioria na capital paulista.

Mas afinal porque alguns grupos optam por não vacinar seus filhos?

       O movimento antivacinas surgiu em 1998, quando foi publicado na revista Lancet, um artigo científico, uma pesquisa fraudulenta na qual, o médico inglês Andrew Wakefield associou o aumento no número de crianças autistas com a vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola.
A partir daí muitos pais deixaram de vacinar seus filhos.
       Alguns anos depois a revista se retratou. O trabalho foi investigado e os dados eram falsos. Foi descoberto que o médico recebia pagamentos de advogados em processos por compensação de danos vacinais.
       
Nas redes sociais, em especial no Facebook existem grupos antivacinas com mais de 11 mil membros que trocam informações, em sua maioria, falsas.

       A informação é a melhor forma de se proteger e proteger as crianças. Se tem dúvidas converse com o pediatra do seu filho, ouça suas recomendações.
    A vacinação deve fazer parte da vida da pessoa desde seu nascimento, é a melhor forma de prevenir doenças e reforçar o sistema imunológico da criança.

Pela legislação brasileira, não vacinar as crianças é ilegal. O artigo 227 da Constituição Federal, prevê que “Família, sociedade e Estado devem assegurar a criança, com absoluta prioridade, o direito à vida e a saúde.

     Já o Estatuto da Criança e do Adolescente, no artigo 14, diz que “é obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias”.
    Não se trata de os pais terem direito de escolher se os filhos vão ou não tomar as vacinas e sim, do direito da criança receber a vacina.
     Logo, os pais que optam por não vacinar os filhos, podem ser legalmente responsabilizados.
Vale lembrar que a vacinação além de prevenir doenças na criança é também uma questão de saúde coletiva. É importante manter a carteira de vacinação atualizada e as vacinas em dia.