Adotando hábitos mais saudáveis, a população diminuiu o consumo de refrigerantes e sucos artificiais, aumentou o consumo de frutas e hortaliças e a prática de atividade física
Riselda Morais
A capital paulista tem hoje, 54,8% dos seus habitantes com excesso de peso e 18,5% obesos, a cidade está com um total de 73,3% da população acima do peso, segundo alerta a pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2017, realizada pelo Ministério da Saúde.
Realizada em 26 capitais e no Distrito Federal a pesquisa mostra uma possível estabilidade da obesidade no Brasil, que continua alta, 1 em cada 5 brasileiros, o correspondente a 18,9% estão obesos e mais da metade da população (54%) das capitais brasileiras estão com a população com sobrepeso.
Vale lembrar que é considerado sobrepeso a pessoa que está com o Índice de Massa Corpórea acima de 25 pontos, para calcular o IMC basta dividir o seu peso em quilogramas pelo quadrado de sua altura. (IMC= Peso ÷ altura x altura).
Em contrapartida, a população está adotando hábitos mais saudáveis, o consumo regular de frutas e hortaliças por pelo menos 5 dias por semana cresceu 7% no período de 2008 a 2017 na cidade de São Paulo e 4,8% no Brasil.
Quando se trata do consumo recomendado, 5 ou mais porções por dia em cinco ou mais dias da semana, houve aumento de mais de 20% entre os adultos com as faixas etárias de 18 a 24 anos e 35 a 44 anos.
A pesquisa mostra também que a prática de atividade física no tempo livre aumentou 190,2% (de 2009 a 2017) na capital paulista e 24,1% no Brasil.
O consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas (suco artificial) caiu 30% na capital paulista e 52,8% no Brasil, saindo de 30,9%, em 2007, para 14,6% em 2017. Na capital paulista os homens conseguiram reduzir mais o consumo com 30,3%, enquanto apenas 29% das mulheres pararam de consumir esses refrigerantes. No país, a redução é maior por faixa etária (54%) entre os adultos com faixa etária entre 25 e 34 anos e idosos a partir de 65 anos. Entre as outras faixas etárias a redução foi de 50%.
Os dados mostram que a obesidade entre os jovens são mais preocupantes, com um crescimento de 110% no número de pessoas na faixa etária de 18 a 24 anos com obesidade, enquanto em todas as faixas etárias o crescimento no número de obesos foi de 60%. Com idades entre 25 e 34 anos o crescimento da obesidade foi de 69%; entre 35 e 44 de 23%; entre 45 e 54 anos de 14%; entre 55 e 64 anos aumentou 16%; entre os idosos com mais de 65 anos o crescimento foi de 2%.
Já o sobrepeso teve um crescimento de 56%.
Segundo o levantamento o excesso de peso cresceu entre as faixas etárias em todo o país, mas observa-se que com o aumento da idade as pessoas estão adotando hábitos mais saudáveis, diminuindo a porcentagem no número de pessoas com excesso de peso. Entre 25 e 34 anos o sobrepeso teve um crescimento de 33%; entre 35 e 44 anos de 25%; 45 a 54 anos crescimento de 12%; 55 a 64 de 8% e nos idosos acima de 65 anos o aumento no número de pessoas com sobrepeso foi de 14%.
No Brasil, o número de homens diagnosticados com diabetes no mesmo período teve um aumento de 54% nos últimos 11 anos, passou de 4,6% para 7,1%.
Podendo causar complicações, como doença cardiovascular, diálise por insuficiência renal crônica e até a necessidade de amputações dos membros inferiores, o diabetes é uma doença crônica que levou 406.452 pessoas a óbito de 2010 a 2016.
“Mesmo com esta tendência à estabilidade e com o crescimento de pessoas que praticam atividade física e que estão consumindo alimentos mais saudáveis, não podemos deixar de continuar vigilantes. A obesidade e o sobrepeso são portas de entrada para doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, que prejudicam a saúde da população e que poderiam ser evitadas”, explicou a diretora do Departamento de Vigilância de Doenças Crônicas e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde da pasta, Fátima Marinho.