Riselda Morais
A população ainda está tentando se adaptar as novas formas de carregar suas compras, do supermercado, da farmácia, enfim, de todos os lugares a que estava habituado a fazer compras e receber gratuitamente - porém com o custo embutido nos produtos adquiridos - as sacolas plásticas para transporte. Agora, na maioria dos lugares, quem não leva a sacola retornável acaba saindo com as compras nas mãos, se não quer pagar R$ 0,10 centavos por cada sacolinha ambiental.
O tema é polêmico, desde quando ainda era apenas o projeto. A atual polêmica é: vende ou não vende?
Sancionada em janeiro pelo Prefeito Fernando Haddad, a Lei Municipal 15.374 mais conhecida como a lei das sacolinhas, prevê multa de R$ 500 a R$ 2 milhões para o comércio que desrespeitar e R$ 50,00 a R$ 500 para o cidadão que não der o destino certo a sacolinha, e tem provocado a insatisfação dos consumidores que antes tinham a sacolinha distribuída gratuitamente e agora tem que pagar por ela.
- Porque os comércios podiam oferecer as sacolinhas plásticas que levam 100 anos para se degradar na natureza de forma gratuita e não podem distribuir as biodegradáveis que levam apenas 2 anos para se decompor também de forma gratuita?.
- Não seria dever dos comerciantes, contribuir com a Politica Nacional do Meio Ambiente conforme a lei 6.938/81 e tornarem-se empresas sustentáveis, contribuindo com a conscientização da população e estímulando-a a ser uma nação sustentável, consumidores com responsabilidade ambiental?.
Não é justo para o consumidor que vai a uma loja, adquire seus produtos, que fique sem ter como carregar os mesmos, ou que para uma compra de mais de trinta produtos receba duas sacolinhas e tenha que fazer o milagre de fazer caber tudo. Usar sacolinha biodegradável é contribuir com a preservação do meio ambiente em que vivemos, mas ter que comprar é injusto com cidadão e consumidor final.
As novas sacolas são oferecidas apenas nas cores verde e cinza. As sacolas verdes devem ser reutilizadas para o descarte de lixo reciclável como materiais de plástico, papel, papelão, vidro e metal. Já a sacolinha cinza deve ser reutilizada para colocar os resíduos orgânicos e rejeitos, tais como fraldas, bitucas de cigarro, chicletes, absorventes femininos, lixo de banheiro, fitas adesivas e restos de alimentos.
A cidade de São Paulo produz diariamente 20 mil toneladas de resíduos de todos os tipos; resíduos orgânicos das feiras, resíduos de construção civil ou entulhos, resíduos de materiais hospitalares ou de saúde e 12,5 mil toneladas são de coleta domiciliar. Considerando que do total da coleta domiciliar, 50% é orgânico, 15% são rejeitos e 35% são resíduos secos e recicláveis e que a cidade recicla apenas 3% que são processados nas duas centrais mecanizadas, sendo uma em Santo Amaro e a outra na Ponte Pequena e pelas 21 cooperativas conveniadas, vale enfatizar que: “A cidade de São Paulo precisa de “Coleta Seletiva“ em todas as ruas, de nada adianta o consumidor se conscientizar, separar o lixo e só passar um tipo de coleta misturando tudo e levando para o aterro sanitário.
A cidade precisa de mais centrais mecanizadas e precisa que o lixo reciclável separado pelos moradores tenham o destino correto, a reciclagem, afinal, não são só as sacolinhas plásticas que poluem e destroem o meio ambiente, existem embalagens muito mais nocivas a natureza.
Segundo a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, uma embalagem Longa Vida leva até 100 anos para se degradar; uma garrafa PET leva 100 anos para se degradar; alumínio leva de 200 a 500 anos para se degradar; componentes de equipamentos de metais e embalagens e equipamentos de plásticos levam cerca de 450 anos; os chicletes e os filtros de cigarros tão naturalmente jogados em qualquer lugar e vão parar nos córregos, rios, represas... levam 5 anos para se degradar e uma simples corda de nylon leva 30 anos para se degradar. Precisamos sim, nos preocupar em usar as sacolinhas biodegradáveis, mas precisamos também, que nos sejam oferecidas gratuitamente pelos estabelecimentos comerciais. Assim como precisamos também nos preocupar com o destino que terá cada objeto reciclável que colocamos dentro delas ao reutilizar. Precisamos que a coleta seletiva passe em nossa rua, em nossa porta e recolha esse material reciclável. De nada adianta, fiscalizar, criar uma indústria de multas, se não for dado o destino certo ao lixo reciclável que o cidadão separa, uma vez que os danos ao meio ambiente é provocado por muitos tipos de embalagens e produtos e em muitos bairros os caminhões de coleta seletiva não passam em nenhuma rua, como é o caso da Vila Guilhermina na Zona Leste. Façamos nossa parte sim, mas precisamos que através das empresas coletoras, a prefeitura também faça corretamente a parte dela.