Com aumento de 240% nos casos de dengue em 2015, o País já registra mais de 460,5 mil infectados e São Paulo registra o recorde de 257.809 casos da doença
Riselda Morais
Pequeno
e perigoso, o mosquito Aedes Aegypti está se proliferando, picando e
transmitindo cada dia mais doenças. Agora já são três tipos de vírus
transmitidos pelo mosquito popularmente chamado de mosquito da dengue, o Aedes
Aegypti já transmite os vírus da Dengue, Chikungunya e Zika.
A dengue é uma doença infecciosa causada
por 4 tipos de vírus, o tipo 1,2,3 e 4 e pode ser hemorrágica. Pode se iniciar
subitamente e dura de 5 a 10 dias, os principais sintomas são febre alta, dor
de cabeça, dor atrás dos olhos, dor nas costas, dor de cabeça e as vezes
manchas vermelhas pelo corpo. Quando for hemorrágica, no início podem ocorrer
sangramentos discretos na boca, nariz e urina mas depois do 5º dia o
sangramento pode surgir em vários órgãos, pode levar a pessoa a entrar em
choque e até a morte. Acredita-se que o vírus chegou ao Brasil nos navios
negreiros, o primeiro caso registrado no País foi em 1865.
A febre Chikungunya é causada pelo vírus
CHIKV e transmitido pela picada do mosquito Aedes Aegypti infectado, tem
sintomas semelhantes ao da dengue, dores no corpo, apatia, dores de cabeça, mal
estar, cansaço, febre alta, acomete as articulações provocando dores nas
juntas, inflamações com dores fortes, inchaço, vermelhidão e calor local.
Identificado pela primeira vez na Tansânia.
O Zika Vírus foi identificado pelos
pesquisadores do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA)
já com 39 casos registrados em Camaçari, Feira de Santana e Salvador, também
transmitido pelo mosquito Aedes e também tem os sintomas semelhantes ao da
dengue, porem, não leva a morte. Segundo os pesquisadores, o quadro do Zika
parece mais alérgico, é mais leve e não leva a morte, apresenta sintomas como
febre alta, diarréia, dores e manchas no corpo e desaparecem em cerca de 12
dias. O vírus é mais comum na África e Ásia.
Segundo dados apresentados pela Secretaria
Municipal de Saúde de São Paulo, no período de 04 de janeiro a 11 de abril
deste ano foram notificados 62.799 casos de dengue na capital paulista, destes
20.764 foram confirmados autoctones, ou seja, contraídos dentro do próprio
município. Até agora foram confirmadas 6 mortes.
A alta ocorrência de dengue tem surtos mais
altos em alguns bairros da Zona Norte da capital. Os 13 bairros considerados em situação de
surto epidemiológico são: Brasilândia, Pari, Cidade Ademar, Jaraguá, Pirituba,
Cachoeirinha, Raposo Tavares, Rio Pequeno, Freguesia do Ó, Parque do Carmo,
Perus, Limão e Casa Verde.
Já os 16 distritos da cidade que são
considerados em situação de emergência são: Raposo Tavares, Rio Pequeno,
Pirituba, Jaraguá, Perus, Brasilândia, Freguesia do Ó, Cachoeirinha, Limão,
Cidade Ademar, Pedreira, Capão Redondo, Jardim Ângela, Pari, Jabaquara e Parque
do Carmo.
Na luta contra a dengue e com o objetivo de
desafogar as Unidades Básicas de Saúde, a PMSP montou 8 tendas de atendimento
nos distritos do Jaraguá, Brasilândia, Freguesia do Ó, Cidade Ademar, M’ Boi
Mirim, Lapa, Rio Pequeno e Aricanduva/Carrão. As instalações possuem uma
máquina de teste rápido de sangue, que possibilita a contagem de plaquetas para
a identificação de eventuais agravamentos e potenciais.
Segundo dados do Centro de Vigilância
Epidemiológica (CVE), o Estado de São Paulo teve recorde histórico de casos da
dengue no mês de abril, mas confirma o registro 222.044 casos e não 257.809
novos casos como diz o Ministério da Saúde, sendo 212.904 diagnósticos de
autóctones, contraídos dentro do próprio município e apenas 9.140 importados ou
seja, contraídos em outro município.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde
cerca de dois terços de todos os casos de dengue, neste ano, foram concentrados
em 30 municípios, no entanto, mais da metade dos municípios, 365 dos 645 não
apresentam epidemia.
Na região do ABCD foram registrados 2.311
casos entre os meses de janeiro a abril, um aumento de 300% em relação ao mesmo
período do ano passado.
Segundo dados do Ministério da Saúde, os
casos de dengue no Brasil aumentaram 240,1% em 2015, com um total de 460,5 mil
infectados pela dengue, os casos de mortes pela doença, chegaram a 132 óbitos,
aumentaram 29%, quando comparados ao mesmo período de 2014, quando foram
registrados 135,3 mil casos de dengue e 102 mortes.
Até este momento, o Acre é o Estado
com maior incidência de dengue, com 882,5 casos para cada grupo de 100 mil
habitantes. Em segundo lugar na elevação da taxa vem o Estado de Goiás com
702,4/100 mil e em terceiro São Paulo com 585,5 casos para cada grupo de 100
mil habitantes. Vale ressaltar que o Ministério da Saúde considera situação de
epidemia quando a doença atinge 300 casos para cada 100 mil habitantes. Os dados do Ministério da Saúde apontam o
Estado de São Paulo liderando no total de casos com 257.809 ocorrências, seguido de Goiás
com 45.819, Minas Gerais com 30.153, Paraná com 22.687 e Rio de Janeiro com
13.181.
Ainda segundo dados do Ministério da Saúde,
quando a incidência é observada por região, a Centro-Oeste apresentou até 28 de
março a maior incidência de casos, com 393,3/100 mil habitantes, seguida pelo
Sudeste, com 357,5/100 mil habitantes e Norte, com 112,4/100 mil habitantes. O
Nordeste aparece na quarta posição, com 91,2 ocorrências por 100 mil habitantes
e o Sul em quinto, com 88,8 notificações/100 mil habitantes.
A Organização Mundial da Saúde (OMS)
estima que entre 50 e 100 milhões de pessoas são infectadas anualmente com a
dengue em mais de 100 países de todos os continentes, exceto o Europeu.
O combate ao Aedes Aegypti é
responsabilidade de todos nós, o combate terá que ser feito por todos, porque
assim como o criadouro pode estar em águas paradas nas áreas externas, sejam
elas públicas ou privadas, também pode estar dentro de nossas casas.
No combate ao mosquito, a conscientização
de todas as pessoas é fundamental, assim como é responsabilidade dos órgãos
governamentais encarregar-se do saneamento básico, do abastecimento de água e
de campanhas educativas permanentes, é de responsabilidade de cada um de nós
evitarmos que o mosquito encontre em nossas casas um ambiente propício para sua
proliferação. Para tanto, basta tomar os seguintes cuidados:
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Vasos e plantas: manter a vasilha que
fica sob o vaso seca e com areia até a borda. A água de vasos de flores deve
ser trocada a cada dois dias.
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Bromélias e espadas de São Jorge: armazenam água entre as folhas, para não se
tornar criadouros, dilua 1colher de sopa de água sanitária em 1 litro de água e regue 2 vezes por semana.
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Caixas d’água: lavar periodicamente e manter tampadas.
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Piscinas: manter a água com o nível de
cloro adequado.
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Pneus velhos: devem ser furados para eliminar a água que eventualmente se
acumule.
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Garrafas vazias: devem ser guardadas de
cabeça para baixo em lugares cobertos e as tampas devem ser jogadas em sacos de
lixo recicláveis.
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Recipientes descartáveis: copos, pratos,
travessas, devem ser colocados em sacos de lixo reciclável para que a coleta
seja feita.
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Lixo: jamais jogue em terrenos baldios, margens de rios ou de córregos.
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Bebedouros de animais: Devem ser lavados e a água trocada diariamente.
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Depósitos ou reservatórios de água: devem ser mantidos limpos e tampados.