Por: Riselda Morais
Quando um jovem ingressa na faculdade, independente de qual é o curso, tem em geral, a expectativa de sair preparado para assumir uma profissão e ter sucesso. No decorrer do curso, quando precisa iniciar o estágio obrigatório começa a perceber as dificuldades de ingressar no mercado de trabalho, muitas empresas, mesmo sabendo que o jovem estudante procura uma colocação como estagiário exige experiências e conhecimentos dignos de um profissional com anos de atuação no mercado. Assim, ficam com a vaga em aberto dizendo: “ não encontro pessoal qualificado para a vaga“, ao invés de dar a oportunidade de formar um bom profissional.
Há um verdadeiro desequilíbrio entre as instituições de ensino superior e os empregadores, falta sintonia entre as variações e transformações do mercado e os cursos que continuam os mesmos, com o currículo antigo e defasado, sem acompanhar as novas evoluções do mercado, as crises de capitalismo ou as questões da globalização, sem incentivar o empreendedorismo. Sim, porque ninguém nasce empreendedor, recebe essas informações, conhecimentos e ideias a partir do mundo que o circunda (amigos, família, professores, mídia), uma vez que durante o curso predomina a cópia, reprodução, instrucionismo, o aluno não aprende a pensar, ter iniciativa, produzir textos, ter autonomia, criar, inovar, transformar o velho em algo novo.
Com isto, as novas profissões surgem e não se desenvolvem, os novos profissionais se formam mas não estão preparados, logo não são absorvidos no mercado, são barrados pela dificuldade de conseguir o primeiro emprego, independente da área de atuação ou do curso superior de formação, uma vez que o fator determinante para o novo profissional é a experiência e para o mercado são as regras e exigência já definidas por um mercado competitivo que exige cada vez mais atributos e habilidades para superar os desafios da nova realidade produzindo e gerando resultados eficazes.
Para o aluno, é interessante ainda na faculdade fazer outros cursos, observar as exigências do mercado de trabalho, aprimorar os conhecimentos e quando conseguir ingressar na área desejada, manter-se atualizado.
O recém-formado não pode se permitir desanimar diante dos primeiros obstáculos, baixar a estima, tornar-se pessimista, mas sim, procurar enxergar oportunidades através dos obstáculos, medir riscos, ousar, ter foco no que deseja, acreditar até conseguir.
O mercado precisa de pessoas empreendedoras, ousadas, que agem com inteligência para obter lucratividade. Para quem tem todas estas características mas nenhum entrevistador conseguiu enxergar, não vale a pena desanimar, basta ter iniciativa para apostar em novos projetos, realizar ações, desenvolver ou dinamizar novos produtos ou serviços e ao invés de ganhar dinheiro para os outros, passar a ganhar para si mesmo e não ter medo de começar em um negócio pequeno, o vendedor de pastel de hoje pode ser o dono de uma rede de pastelaria amanhã.
Não existe pequeno e nem grande empreendedor, existe sim, pequenos ou grandes empreendimentos e os pequenos de hoje podem vir a ser os grandes de amanhã, desde que tenha visão, boas ideias para o negócio e ação para implementá-las, saber o que fazer, onde melhorar, admitir erros, aprender com eles e corrigir, acreditar em si mesmo e nunca desistir. Atitudes e comportamentos de “donos do negócio”, são características exigidas do funcionário para que a empresa tenha sucesso, logo procura-se no mercado o auto empregado, o empreendedor de suas próprias capacidades.
Independente de entrar no mercado de trabalho, ser funcionário ou tornar-se patrão de si mesmo, é importante que o recém-formado perceba que cada tentativa frustrada é um aprendizado, que não fique parado se lamentando, mas que aja para modificar a realidade com autoconfiança.