Mulheres se tornam mães mais velhas e têm cada vez menos filhos
Riselda Morais
Foi-se o tempo em que as mulheres casavam-se cedo e tinham tantos filhos que chegavam a formar escadinha no tamanho por ter nascido um por ano, a ideia de formar time de futebol com filhos é coisa dos homens do passado.
Com mais estudo, inserção no mercado de trabalho e independência financeira, as mulheres estão tendo filhos cada vez mais tarde e cada vez menos filhos.
Segundo dados do IBGE, as mulheres têm hoje, em média, 1,77 filhos e estima-se que a taxa de natalidade seguirá em queda, atingindo 1,61 filhos em 2020 e 1,5 filhos em 2030. A idade média da maternidade também continua subindo, as mulheres estão tendo o primeiro filho aos 26,9 anos, em média, idade que subirá para 28 anos em 2020 e 29,3 anos em 2030. Quem pensa que o Nordeste é a região com maior taxa de natalidade, engana-se. A maior taxa pertence a região Norte, em especial aos Estados do Acre com 2,6 filhos por mulher, seguido do Amazonas e Amapá com 2,4 filhos por mulher.
Segundo dados da “Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade para o período de 2000/2060“, disponibilizados pelo IBGE, o Brasil tem uma população estimada em 201.032.714 habitantes e continuará crescendo cada vez menos, em 2020 teremos uma população em torno de 212.537.006 habitantes e deve chegar a 228,4 milhões de pessoas em 2042, a partir de 2043 diminuirá gradualmente e em 2060 ficará em torno de 218,2 milhões de pessoas, sendo a população majoritariamente feminina, serão 112.583.952 habitantes do sexo feminino e 106.553.289 habitantes do sexo masculino.
As estimativas por área, no País, mostram que a Região Sudeste continuará sendo a mais populosa com cerca de 92.789.422 habitantes em 2030, sendo que o Estado de São Paulo terá 48.583.833 habitantes. Minas Gerais totalizará 22.222.260 habitantes e no Rio de Janeiro a população chegará a 17.461.272 habitantes.
Viveremos mais, eis a grande e boa notícia. Aumenta a expectativa de vida dos brasileiros.
Hoje a expectativa de vida do homem é de 71,2 anos, idade que subirá para 78 anos em 2060. Já a expectativa de vida da mulher brasileira, que hoje é de 74,8 anos alcançará 84,4 anos em 2060. Neste ínterim, na média total, a expectativa de vida ao nascer deve atingir os 80,0 anos em 2041, chegando a 81,2 anos em 2060. Já entre os Estados, a esperança de vida em Santa Catarina deve alcançar os 80,2 anos já em 2020. Nesse mesmo ano, o Maranhão deve ser o estado com menor expectativa de vida 71,7 anos, mas deve chegar a 74,0 anos em 2030 e, assim, ultrapassar Rondônia e Piauí, que estarão com esperanças de vida em 73,8 e 73,4 anos, respectivamente.
Na década de 2020 a 2030, a tendência migratória interna continuará alta, segundo a Projeção, os Estados do Pernambuco, Bahia, Alagoas, Ceará, Piauí, Maranhão e Rio Grande do Sul terão o maior número de pessoas saindo de seu Estado Natal, todos acima de 10 mil emigrantes, sendo a Bahia o que terá maior perda populacional -46,6 mil em 2020 e -39,3 mil em 2030. Enquanto os Estados de Santa Catarina, São Paulo, Goiás, Distrito Federal e Espírito Santo terão os maiores saldos positivos, todos acima de 10 mil imigrantes. Santa Catarina deve se manter com o maior saldo migratório, 37,1 mil em 2020 e 34,3 mil em 2030.
São Paulo continua sendo o Estado mais populoso com 43,6 milhões de habitantes em 2013 e a cidade mais populosa do Brasil com 11.821.876 de habitantes, já Serra da Saudade em Minas Gerais tem o posto de menos populosa com apenas 825 habitantes.
Diante das projeções, cabe ao Brasil se preparar para cuidar bem de seus idosos, buscar soluções para evitar a perda populacional em uns Estados e a superpopulação em outros, evitar a queda da natalidade no País e preparar cidades como São Paulo para suportar as consequências do aumento populacional e migratório, oferecendo mais qualidade de vida.