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sábado, 27 de dezembro de 2008

Um Sim à Vida

Por: Riselda Morais

A Igreja Católica manifestou-se favorável a doação voluntária de órgãos. Considerando o grande número de pessoas que estão à espera de algum tipo de órgão, a Igreja Católica divulgou nota onde manifesta sua posição a respeito da doação de órgãos de pessoas com morte encefálica comprovada. Para a igreja a doação de órgãos é um gesto de amor fraterno em favor da vida e da saúde do próximo, um gesto de grandeza de espírito, nobreza humana e solidariedade, ela lembra a palavra do Senhor que diz: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10,45).
O Catecismo da Igreja Católica afirma: “a doação gratuita de órgãos após a morte é legítima e pode ser meritória”
O Papa João Paulo II por ocasião do 18º Congresso Internacional sobre Transplantes de Órgãos disse: “A doação de órgãos é uma decisão livre de oferecer, sem recompensa, uma parte do próprio corpo em benefício da saúde e do bem-estar de outra pessoa”.
A igreja manifestou sua solidariedade às milhares de pessoas doentes que estão em lista de espera em todo o país, na expectativa de receber um órgão para sua sobrevivência, recuperação e saúde e encoraja às famílias a fazerem a doação de órgãos de forma consciente e legalmente protegidos, como um gesto de amor solidário em consonância com o evangelho da vida. Além da doação de órgãos para transplantes a igreja encoraja também a doação de medula e de sangue.
A igreja lembra que a doação de órgãos exige a observância dos princípios éticos que proíbe a provocação da morte dos doadores, a comercialização e o tráfico de órgãos, que se respeite a inviolabilidade da vida e que a doação pelo doador e pela família seja livre e consciente.
A Lei Federal nº 10.211 de 23 de março de 2001, determina que a família tem o direito de decidir a doação de órgãos da pessoa em estado de morte encefálica; assim, aqueles que se dispõem à doação, devem manifestar previamente aos familiares a sua intenção. O Sistema Nacional de Transplantes é que decide sobre os critérios de destinação justa dos órgãos doados e sobre a organização das listas de espera, evitando e coibindo toda tentativa de comércio de órgãos.
A doação de órgãos não contraria à fé cristã na ressurreição final, pois “Deus dá vida aos mortos e chama à existência o que antes não existia” (Rm 4,17). Todos aqueles que se dispõe a doar órgãos aos irmãos, tenham a certeza de que o amor e tudo o que se faz por amor permanecerão para sempre: “o amor jamais acabará” (1Cor 13,8) diz a nota.