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sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Plataforma digital “Brasil Que o Povo Quer” é um chamamento à sociedade para que ela participe de um novo programa de governo

Riselda Morais

   
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann
      Envolver os brasileiros e as brasileiras em um debate, ouvir o que a sociedade quer para o país, através de uma plataforma digital e a partir daí construir um novo programa para o Brasil, é o objetivo da iniciativa “Brasil Que o Povo Quer”, lançado pelo PT - Partido dos Trabalhadores e FPA - Fundação Perceu Abramo, na manhã desta quinta-feira, 21 de setembro, em São Paulo.
O evento de lançamento de “Brasil Que o Povo Quer”, iniciou com um debate sobre “Fome e Miséria no Brasil“ discutindo o tema “O que é preciso fazer quando a miséria e a fome voltam a crescer no Brasil?” e contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), da ex-ministra Tereza Campello e do presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann, do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad(PT-SP), do vereador Eduardo Suplicy (PT-SP), da deputada Benedita da Silva, do deputado Carlos Zarttini (PT-SP), dos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Humberto Costa (PT-PE) e de representantes de movimentos sociais.
Em coletiva para a imprensa, Gleisi Hoffmann afirmou: “Essa consulta que nós vamos fazer através da plataforma, de um programa para o Brasil, não visa apenas 2018, não é só um programa de governo, mas é a construção de um projeto para o Brasil, uma visão de futuro para o Brasil, e obviamente vai nos dar base para a disputa de ideias em 2018”.
Ex-ministra Tereza Campello apresenta o Mapa da Fome da ONU

         Apresentado pela ex-ministra Tereza Campello, o Mapa da Fome da ONU mostra que o Brasil saiu dele durante os governos Lula e Dilma, quando conseguiu reduzir em 82% a população que passava fome. “Como diz o Lula, colocamos o pobre no orçamento. Alertamos para questão da fome, criamos o ministério com fome no nome, era o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Construímos um conjunto de políticas que valorizou o trabalhador: valorização do salário mínimo, merenda escolar, bolsa família, fortalecimento da produção de alimentos”.
Tereza afirmou que o atual governo tem tanto descaso com a população mais carente que tirou o nome do Ministério, aumentou o desemprego, acabou com o programa de cisternas e criou um conjunto de ações que coloca o Brasil com ameaça de voltar ao mapa da fome”.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou que “essa nova metodologia do PT, de fazer um programa de governo desafiando a sociedade a participar é uma inovação extraordinária”, e observou “fazer um chamamento à sociedade para que ela diga o Brasil que ela quer é a primeira demonstração de que o PT evoluiu e a esquerda evoluiu para compreender que o país não é nosso. Nós é que somos do país”.  Lula declarou acreditar que muita coisa boa será colhida porque o povo brasileiro saberá o que fazer e concluiu: “As pessoas são mais competentes do que a gente imagina, as pessoas querem contribuir mais do que a gente pensa e o resultado vai ser extraordinário para o país”, afirmou Lula.
Benedita da Silva destacou a importância de não deixar a fome retornar ao país, “Lembro quando visitamos o Betinho e ele falou que quem tem fome tem pressa”, lembrou que os mais contemplados com a diminuição da fome foram os pobres e negros, emocionada declarou: “Talvez muitos não saibam o que é fome, mas ela não deixa você pensar, ela faz com que você se submeta, que perca a esperança. A fome tira seus sonhos, por menor que eles sejam”, afirmou Benedita.
Vereador Eduardo Suplicy

       Já o Vereador Eduardo Suplicy citou a redução no número de pessoas beneficiadas pelo programa Bolsa Família, lembrou que todos os candidatos a presidente em 2014 afirmavam que iriam manter o programa, com números que provam a retroação acusou: “O governo Temer está contrariando um dos objetivos fundamentais art. 3º inciso XIII da Constituição que diz, que o objetivo fundamental é erradicar a pobreza, a marginalização e as desigualdades sociais e regionais.
Ao apresentar a plataforma digital, Marcio Pochmann lembrou que o país vive uma das piores recessões e disse acreditar que “dentro do espírito de escutar as diversidades do país, abrindo o partido para a sociedade poderemos sair das condições dramáticas nas quais nos encontramos”.
Além de ser aberta à participação de todos, onde quem acessar poderá apresentar suas próprias ideias e opinar nas ideias de outras pessoas, a plataforma https://brasilqueopovoquer.org.br também oferecerá debates transmitidos ao vivo na internet com a presença de ativistas, estudiosos e estudiosas e integrantes de movimentos sociais. Com base no conteúdo será gerado um relatório final que será entregue ao Diretório Nacional do PT com base no qual o partido irá construir um novo Projeto para o Brasil, que será apresentado pelo PT à sociedade ao final do processo, em 2018. “Esse é um projeto para escutar a maior riqueza desse país, que é a diversidade. Diversidade de gênero, diversidade de religiões, diversidade de cultura, diversidades regionais”, afirmou Pochmann destacando o papel da plataforma para “viabilizar a participação popular”, afirmou Marcio Pochmann.
Gleisi Hoffmann fez uma demonstração das funcionalidades da plataforma, na qual o povo brasileiro poderá “concordar”, “discordar” ou “pular” com os temas dos debates que abordarão questões, problemas e soluções dentro dos seguintes eixos temáticos:
-  A ordem mundial, a soberania e a defesa da nação.
- Participação popular, liberdade e direitos. Qual democracia queremos?
Integração nacional e serviços no Brasil: é possível construir um país mais justo para todos?
- O que é qualidade de vida para você?
- Quem pagará o aumento da infraestrutura e dos bens comuns no Brasil? 
- Como reduzir a desigualdade e garantir inclusão social no Brasil?
- Como mobilizar os recursos naturais e tecnológicos gerando riqueza para todos?