Pesquisar

sábado, 15 de março de 2008

Camada de poluição cobre a capital paulista e tem efeitos nocivos à saúde da população

Riselda Morais

Olhar o horizonte e perceber uma nuvem de poluição sobre a região metropolitana já tornou-se uma constante. Não bastasse encobrir a beleza da cidade, a poluição do ar causa muitos problemas de saúde a população.
Os efeitos nocivos a saúde como ardor nos olhos, nariz e garganta, tosse seca, cansaço, crises de bronquites, rinites, pneumonia, entre outras doenças respiratórias e cardiovasculares fazem parte das conseqüências do alto nível de poluição produzido pela cidade de São Paulo.
Nos dias mais poluídos, com baixa umidade do ar os pronto-socorros da cidade ficam cheios, há um aumento aproximado de 50% nos atendimentos, sendo as vítimas que mais sofrem os idosos, as crianças e as pessoas portadoras de doenças pulmonar crônicas.
Este problema já não é novidade para o morador da capital paulista que vem sofrendo os efeitos nocivos da poluição, ano após ano. A novidade é que esta poluição já atinge uma área de 600 quilômetros, atingindo o litoral e parte do interior. A frota de veículos e as indústrias são os principais poluidores.

A poluição do ar na capital paulista aumentou em 2007, com um índice de 54% no número de vezes em que o ar ficou com qualidade inadequada ou má comparando a 2006.
O número de dias em que o ar esteve inaceitável, em pelo menos um local de medição da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) subiu 45,6% entre 2006 e 2007.
Entre os locais mais poluídos, está a região do Ibirapuera (Zona Sul), a Cidade Universitária (Zona Oeste) e Santana (Zona Norte).

A tendência da poluição do ar na capital paulista é aumentar cada dia mais, a não ser que sejam implementadas medidas que visem a melhoria da qualidade do ar, uma vez que as fontes de poluição atmosféricas são significativas.
São Paulo é a quinta cidade de ar mais poluído entre as vinte maiores metrópoles mundiais e a terceira da América Latina.
Com uma população de mais de 10 milhões de habitantes e a maior frota circulante do país, com 6,5 milhões de veículos automotores, concentra 5,5 milhões na capital, aproximadamente 1 veículo para cada 2 habitantes, além de mais de 500 carros de outros estados que passam pela cidade diariamente e uma tendência de crescente uso de veículo em detrimento do transporte público, estima-se que os veículos lançam na atmosfera 70% de toda a poluição do ar de São Paulo, podendo chegar a 90% se forem consideradas apenas as emissões de monóxido de carbono.
O aumento excessivo do uso de veículos, a produção industrial e a geração de energia expõe os habitantes a níveis de poluição que excedem os limites recomendados pela Organização Mundial de Saúde e além da causar danos a saúde da população a emissão do carbono em alta escala resultante do consumo de combustível, contribui para a elevação do efeito estufa que concorre decisivamente para a mudança climática global.
Pesquisas recentes mostraram que em dias de altos índices de poluição do ar o risco de morte por doenças respiratórias e cardiovasculares aumenta em 12%. Nos dias mais poluídos há um aumento aproximado de 50% nos atendimentos em pronto-socorros da cidade, a maioria envolvendo pessoas com bronquite ou pneumonia. Diante destes dados, vale lembrar quão importante é, a consciência pública a respeito da importância de estratégias de prevenção e controle da poluição do ar em São Paulo.