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terça-feira, 22 de setembro de 2015

Crise no Brasil é mais política que econômica

Para sair da crise, a hora é de repactuação política e não de impeachment!

Riselda Morais



   Uma crise leva a outra! Atualmente muito se fala em crise econômica no Brasil, ela já deixou de ser uma possibilidade, é fato... estamos vivendo uma crise econômica que está impactando nas finanças pessoais e de muitos setores brasileiros. 
   A volta da inflação, aquelas desagradáveis situações em que cada vez que vamos ao supermercado os produtos estão mais caros, obrigando as pessoas a colocar menos produtos nos carrinhos e ao passar no caixa pagar mais. A alta do dólar. As crises nas bolsas de valores que atingem não só o Brasil mas vários outros países. Ações em baixa. Aumento excessivo nos preços dos combustíveis, das contas de luz e de água. Hoje vivemos até a crise da água e quando se trata de falta de chuva não podemos culpar os políticos, uma vez que todos somos responsáveis pela degradação da natureza, como consequência temos as secas e não podemos nos isentar da responsabilidade culpando a Presidente, o Governador, o Prefeito, porque eu e você de alguma forma e em algum momento contribuímos com isso!  Não podemos negar que estamos experimentando as consequências nefastas da inflação mas não podemos dizer que temos problemas na cadeia produtiva nacional! Sabe porquê?. 
   A Balança Comercial superou U$$ 9 bilhões de saldo positivo até setembro. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), nossa produção de soja até setembro, se aproxima de 100 milhões de toneladas, logo podemos afirmar que o Brasil continua produtivo como sempre foi. O superavit do mês de setembro é de U$$ 1,8 bi, as exportações somam U$$ 10 bilhões com média diária de US$ 775,5 milhões, a corrente de comércio do Brasil com o resto do mundo soma US$ 267,7 bilhões neste ano, com desempenho médio diário de US$ 1,4 bilhão. A exportação de manufaturados puxou superávit da balança comercial para US$ 8,7 bilhões. As commodities puxaram o saldo em setembro, com destaque para as vendas do chamado complexo soja (grão, farelo e óleo), com US$ 1,3 bilhão em exportações. Em seguida aparecem as remessas de petróleo (US$ 531,8 milhões), carne de frango (US$ 313,8 milhões), celulose (US$ 291,3 milhões) e o café (US$ 282,5 milhões). O envio de carne de frango bateu o de carne bovina in natura (US$ 274,2 milhões) em volume de negócios, o que reflete o resultado de acordos comerciais firmados nos últimos meses entre o governo brasileiro e parceiros comerciais.  A crise tem atingido sim, as grandes empresas que neste ano já fecharam mais de 480 mil vagas, enquanto as pequenas e médias empresas abriram 116 mil novas vagas no primeiro semestre de 2015. Estes são valores econômicos reais e mensuráveis, mas quando se trata da crise política e ética brasileira, é possível calcular o tamanho? Os prejuízos causados? 
   Tenho visto políticos empenhados em derrubar uns aos outros e pessoas preocupadas em levar algum tipo de vantagem em cima da crise, esquecendo que quando o povo escolhe através do voto é porque acredita que “TODOS” independente do partido irão lutar pelo bem coletivo, por um País melhor, por um Estado melhor, uma cidade melhor, uma vida melhor para o coletivo e não apenas para eles mesmos, para os seus interesses, para o que lhe convém. Quando se trata de democracia o voto de cada indivíduo deste País deve ser respeitado, é quem lhes dá ou lhes tira o poder. Mas quando digo tirar o poder também me refiro ao voto. Porque impeachment sem fundamento torna-se descabido e não vale a pena fazê-lo. Se formos querer aplicar a cultura do impeachment a todos que governarem mal ou cometem erros ao governar... quem restará? E isto em nada irá nos ajudar, só irá criar mais crises e tornar tudo sem controle. 
   É hora sim, de exigirmos uma repactuação entre a Presidência e o Congresso Nacional, uma vez que a Assembleia Legislativa e o Senado tem se mostrado mais preocupados com jogadas políticas do que com o desenvolvimento do Brasil; e com Governos Estaduais e Municipais, oposição, movimentos sociais, empresários e trabalhadores. É hora de esquecer partidos e pensar em um só País, um só povo, uma só nação! 
  É hora de exigir maior capacidade de governar com desejos de acertos e de justiça; é hora de observar e suprir as necessidades mais urgentes; é hora de legislar para reduzir as desigualdades sociais e criar novas possibilidades de crescimento, porque o Brasil continua um País que possui muitas riquezas e merece que seu povo seja liderado visando um bem maior e não rachaduras políticas entre Governantes com consequências negativas dentro e fora do País!

sábado, 13 de novembro de 2010

“Presidenta da República” consagre o uso da palavra e a estranheza desaparece

Por: Riselda Morais

Nas últimas semanas o maior questionamento dos brasileiros tem sido como irão se referir a Dilma Rousseff a partir do dia 1º de janeiro de 2011, quando ela assume a Presidência da República.
Quanto a melhor forma de tratá-la, há discordância entre professores, jornalistas, políticos e populares a respeito, mas independente de quem concorda e quem discorda com a forma de tratamento, a verdade é que as duas formas da palavra estão corretas, podemos dizer “a presidente” e podemos dizer “a presidenta” e posso também afirmar que “a realidade é que é nova, mas a palavra já tem algumas décadas de existência”.
Em 1991, o Dicionário Brasileiro o Globo já trazia a palavra: Presidenta - s.f. ( neologismo) Mulher que preside; esposa de um presidente. Assim como as últimas edições do Dicionário Aurélio: Presidenta - S.f. 1. Mulher que preside. 2. Mulher de um presidente; e no Dicionário Houaiss: Presidenta - Acepções ¦ substantivo feminino
1 - mulher que se elege para a presidência de um país. Ex.: a p. da Nicarágua
2 - mulher que exerce o cargo de presidente de uma instituição. Ex.: a p. da Academia de Letras
3 - mulher que preside (algo)
Ex.: a p. da sessão do congresso
4 - Estatística: pouco usado. esposa do presidente. Como se pode perceber, do ponto de vista da norma culta, dicionários já recomendam a palavra que existe há décadas, mesmo como neologismo, mas não era utilizada.
Quando nos deparamos com uma palavra no feminino e estamos acostumados a ela na forma comum aos dois gêneros, para não usarmos essa palavra, nos damos a desculpa que soa estranho aos nossos ouvidos, mas na verdade está em nossa cultura a estrutura machista, exemplo disso é que, quando uma mulher conquista um cargo que antes pertencia só aos homens, mesmo sem percebermos temos a necessidade de nos dar a impressão de que um homem continua lá e a predominância de “a presidente” reflete este machismo.
Só agora, depois de tantas lutas das mulheres na sociedade é que os dicionários começaram a registrar palavras no feminino em áreas antes exclusivas dos homens. Podemos até dizer que a gramática não permite, que trocar o sufixo fica feio e que não cabe uma terminação diferente, mesmo porque a terminação “ente” ocorre no particípio presente dos verbos portugueses, espanhóis e italianos, a palavra presidente é igualzinha nas três línguas e geralmente tem forma fixa, ou seja, é igual para o masculino e para o feminino; o que muda é o artigo “o” ou “a”, mas tanto a presidenta da Argentina Cristina Kirchner como a nossa presidenta Dilma Rousseff deixaram clara sua preferência de como querem ser tratadas: presidenta.
É mais fácil mudar as palavras do que os costumes das pessoas; a gramática aceita a mudança as pessoas é que não aceitam. Já percebeu como raramente alguém fala “parenta” ao invés de “parente”? E como jamais se fala hospeda, soldada, sargenta, coronela, capitã, generala mas sim, para as mulheres usa-se tenente, hospéde, soldado, sargento, capitão? Percebe quão estranho e inaceitável é a gramática no caso de “A soldadO”?
As palavras existem no feminino mas não são aceitas, logo não são usadas. Na luta feminina por seu espaço, muitos cargos antes ocupados só por homens já são ocupados por mulheres, mas a estrutura machista ainda impede a feminização das palavras, das patentes na divulgação de seus documentos oficiais, sem que ninguém pergunte a essas profissionais como se sentem ao serem tratadas como homens só porque ocupam um cargo com igual valor ao deles. Pode ser que os gramáticos concordem com esta forma, mas eu não. Temos em nossa língua portuguesa duas formas linguisticamente corretas e plenamente aceitáveis para várias palavras por isto falar “a presidenta” ou “a presidente” é uma questão de preferência ou de padronização, uns preferem a forma comum aos dois gêneros como “a chefe”, “a parente”, “a presidente” outros a forma feminina “a chefa”, “a parenta’, “a presidenta”. Tudo é uma questão de costume, estrutura cultural, chegará a hora em que todos falarão presidenta, chefa, parenta com a mesma naturalidade com que falam brasileira e sem carga pejorativa.