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sexta-feira, 1 de julho de 2016

Brasileiro não precisa fazer o divorcio do arroz com o feijão, só precisa diversificar o tipo do grão

Riselda Morais

Existem mais de 4 mil tipos de feijões comercializados
O arroz com feijão, tradicional prato da culinária brasileira anda ameaçado com o aumento do preço do feijão que subiu 33% no primeiro semestre deste ano de 2016. Já se fala por aí em fazer o divórcio entre este casal que é o preferido na mesa dos brasileiros, mas talvez não se precise ser tão radical, basta apenas diversificar o tipo de grão. 
Divórcio?.Como assim?. Se o Brasil é o maior produtor mundial de feijão e o nono maior produtor de arroz? Estes grãos são cultivados pelo pequeno e grande produtor. 
O feijão é um grão, típico da culinária do país, é fonte de proteína vegetal, vitaminas do complexo B, sais minerais, ferro, cálcio e fósforo. É consumido diariamente por 7 em cada 10 brasileiros e tem um consumo médio de 19 quilos por pessoa ao ano. Já o arroz além de conter vitaminas, sais minerais, fósforo, cálcio e ferro é capaz de suprir 20% da energia e 15% da proteína da necessidade diária de um adulto. Uma delícia saudável e a única coisa que nos incomoda na dupla é preço abusivo e o valor dos impostos embutidos no preço, uma vez que pagamos 17% de impostos em cada quilo de feijão e 17% de impostos em cada quilo de arroz. Se calcularmos ao preço de R$ 15,00 vendidos hoje, percebemos que cada brasileiro paga cerca de R$ 48,50 só de impostos sobre o feijão carioca que consome.
Sendo o popular carioquinha o responsável por 85% das vendas e o responsável por todo o aumento de preço, vale para o consumidor lembrar que, nem sempre vale pagar o preço alto baseado na lei da oferta e da procura, uma vez que temos vários outros tipos de feijão com preços melhores em todo o país.
Existem mais de 4 mil tipos de feijões comercializados, é chegada a hora de substituir o feijão carioquinha pelo feijão preto, feijão-branco, vermelho, rajado, caupi, feijão fradinho, feijão de corda ou feijão verde. É uma variação de grãos com os quais se faz deliciosas receitas e ótimas refeições. Existem vários aspectos que devem ser considerados e que mostram que vale a pena uma mudança de hábito e ao invés de trocar o velho e bom prato arroz com feijão, trocar apenas o tipo do feijão que compõe essa paixão nacional.
A colheita de grãos como o feijão, o milho e a soja são feitas em três safras por ano, em abril, baseado na colheita da primeira safra 2016, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estimou uma produção brasileira de 196,5 milhões de toneladas, com uma redução de 5,4% ou 11,2 milhões de toneladas em relação à safra 2015, que foi de 207,7 milhões. Apesar do recuo estimado na produção do arroz e do feijão, a redução na produção de grãos foi aderida ao milho, devido a mudanças climáticas durante a primeira e segunda safra. 
A primeira safra do milho teve uma produção de 26,2 milhões de t, sofreu uma queda de 3,9 milhões. Já a segunda safra, que começou a ser colhida em junho, teve previsão de 50 milhões, o que representa recuo de 4,6 milhões. 
A  medida que o produtor reclama da safra comemora o super aumento no preço do feijão. 
Já o Ministério da Agricultura estima que o  Brasil vai colher mais de 200 milhões de toneladas de grãos nesta safra que começa em 01/07. Segundo análise do Centro de inteligência do feijão - CIF, uma saca de 60 quilos de feijão carioca já chegou a ser vendida, dia 28/06 por R$ 580, na bolsinha do Brás em São Paulo e nas prateleiras dos supermercados chega por cerca de R$ 15,00. Não vale tanto assim, é pura inflação! Produtos como a batata e a cebola já estavam absurdamente altos. Vale substituir o produto por outro de mesmo valor nutricional.
Segundo divulgou Faeg, o preço do milho subiu 100% nos últimos meses, comparando ao mesmo período do ano passado e com a exportação dos grãos o mercado interno fica desabastecido.
Com o aumento nos preços do feijão, arroz e milho, que são os grãos básicos do brasileiro, a tendência é que o consumidor pague ainda mais alto por produtos como carnes, leites e deriva-dos uma vez que os animais recebem alimentos à base de milho. Um efeito dominó no qual o consumidor final é quem paga caríssimo por produtos da cesta básica. 
Seja porque a safra foi prejudicada pelas mudanças climáticas, porque grande parte da produção é exportada, uma vez que é mais rentável vender em $ ou porque a carga tributária embutida no produto é altíssima, é fato que dói, é no bolso do povo.

O cenário é assustador, uma inflação abusiva, aumentos de preços exorbitantes, diante do desemprego, das incertezas econômicas e financeiras que o país vive; além da crise política que está jogando o Brasil em um poço de vergonha, corrupção e falta recursos! Resta a cada brasileiro torcer para não passar fome em um país que é um dos maiores produtores do mundo, estagnou e está com seu desenvolvimento seriamente comprometido.