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quinta-feira, 30 de abril de 2015

Dengue, Chikungunya e Zika: Mosquito Aedes aegypti já transmite três tipos de vírus pelo Brasil, não o adote em sua casa

Com aumento de 240%  nos casos de dengue em 2015, o País já registra mais de 460,5 mil infectados e São Paulo registra o recorde de 257.809 casos da doença

Riselda Morais



   Pequeno e perigoso, o mosquito Aedes Aegypti está se proliferando, picando e transmitindo cada dia mais doenças. Agora já são três tipos de vírus transmitidos pelo mosquito popularmente chamado de mosquito da dengue, o Aedes Aegypti já transmite os vírus da Dengue, Chikungunya e Zika.
     A dengue é uma doença infecciosa causada por 4 tipos de vírus, o tipo 1,2,3 e 4 e pode ser hemorrágica. Pode se iniciar subitamente e dura de 5 a 10 dias, os principais sintomas são febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dor nas costas, dor de cabeça e as vezes manchas vermelhas pelo corpo. Quando for hemorrágica, no início podem ocorrer sangramentos discretos na boca, nariz e urina mas depois do 5º dia o sangramento pode surgir em vários órgãos, pode levar a pessoa a entrar em choque e até a morte. Acredita-se que o vírus chegou ao Brasil nos navios negreiros, o primeiro caso registrado no País foi em 1865.
    A febre Chikungunya é causada pelo vírus CHIKV e transmitido pela picada do mosquito Aedes Aegypti infectado, tem sintomas semelhantes ao da dengue, dores no corpo, apatia, dores de cabeça, mal estar, cansaço, febre alta, acomete as articulações provocando dores nas juntas, inflamações com dores fortes, inchaço, vermelhidão e calor local. Identificado pela primeira vez na Tansânia.
    O Zika Vírus foi identificado pelos pesquisadores do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) já com 39 casos registrados em Camaçari, Feira de Santana e Salvador, também transmitido pelo mosquito Aedes e também tem os sintomas semelhantes ao da dengue, porem, não leva a morte. Segundo os pesquisadores, o quadro do Zika parece mais alérgico, é mais leve e não leva a morte, apresenta sintomas como febre alta, diarréia, dores e manchas no corpo e desaparecem em cerca de 12 dias. O vírus é mais comum na África e Ásia.
    Segundo dados apresentados pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, no período de 04 de janeiro a 11 de abril deste ano foram notificados 62.799 casos de dengue na capital paulista, destes 20.764 foram confirmados autoctones, ou seja, contraídos dentro do próprio município. Até agora foram confirmadas 6 mortes.
    A alta ocorrência de dengue tem surtos mais altos em alguns bairros da Zona Norte da capital.  Os 13 bairros considerados em situação de surto epidemiológico são: Brasilândia, Pari, Cidade Ademar, Jaraguá, Pirituba, Cachoeirinha, Raposo Tavares, Rio Pequeno, Freguesia do Ó, Parque do Carmo, Perus, Limão e Casa Verde.
    Já os 16 distritos da cidade que são considerados em situação de emergência são: Raposo Tavares, Rio Pequeno, Pirituba, Jaraguá, Perus, Brasilândia, Freguesia do Ó, Cachoeirinha, Limão, Cidade Ademar, Pedreira, Capão Redondo, Jardim Ângela, Pari, Jabaquara e Parque do Carmo.
    Na luta contra a dengue e com o objetivo de desafogar as Unidades Básicas de Saúde, a PMSP montou 8 tendas de atendimento nos distritos do Jaraguá, Brasilândia, Freguesia do Ó, Cidade Ademar, M’ Boi Mirim, Lapa, Rio Pequeno e Aricanduva/Carrão. As instalações possuem uma máquina de teste rápido de sangue, que possibilita a contagem de plaquetas para a identificação de eventuais agravamentos e potenciais.
    Segundo dados do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), o Estado de São Paulo teve recorde histórico de casos da dengue no mês de abril, mas confirma o registro 222.044 casos e não 257.809 novos casos como diz o Ministério da Saúde, sendo 212.904 diagnósticos de autóctones, contraídos dentro do próprio município e apenas 9.140 importados ou seja, contraídos em outro município.
    Segundo a Secretaria Estadual de Saúde cerca de dois terços de todos os casos de dengue, neste ano, foram concentrados em 30 municípios, no entanto, mais da metade dos municípios, 365 dos 645 não apresentam epidemia.
    Na região do ABCD foram registrados 2.311 casos entre os meses de janeiro a abril, um aumento de 300% em relação ao mesmo período do ano passado.
    Segundo dados do Ministério da Saúde, os casos de dengue no Brasil aumentaram 240,1% em 2015, com um total de 460,5 mil infectados pela dengue, os casos de mortes pela doença, chegaram a 132 óbitos, aumentaram 29%, quando comparados ao mesmo período de 2014, quando foram registrados 135,3 mil casos de dengue e 102 mortes.
            Até este momento, o Acre é o Estado com maior incidência de dengue, com 882,5 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. Em segundo lugar na elevação da taxa vem o Estado de Goiás com 702,4/100 mil e em terceiro São Paulo com 585,5 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. Vale ressaltar que o Ministério da Saúde considera situação de epidemia quando a doença atinge 300 casos para cada 100 mil habitantes.  Os dados do Ministério da Saúde apontam o Estado de São Paulo liderando no total de casos com 257.809 ocorrências, seguido de Goiás com 45.819, Minas Gerais com 30.153, Paraná com 22.687 e Rio de Janeiro com 13.181.
    Ainda segundo dados do Ministério da Saúde, quando a incidência é observada por região, a Centro-Oeste apresentou até 28 de março a maior incidência de casos, com 393,3/100 mil habitantes, seguida pelo Sudeste, com 357,5/100 mil habitantes e Norte, com 112,4/100 mil habitantes. O Nordeste aparece na quarta posição, com 91,2 ocorrências por 100 mil habitantes e o Sul em quinto, com 88,8 notificações/100 mil habitantes.
            A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 e 100 milhões de pessoas são infectadas anualmente com a dengue em mais de 100 países de todos os continentes, exceto o Europeu.
    O combate ao Aedes Aegypti é responsabilidade de todos nós, o combate terá que ser feito por todos, porque assim como o criadouro pode estar em águas paradas nas áreas externas, sejam elas públicas ou privadas, também pode estar dentro de nossas casas.
    No combate ao mosquito, a conscientização de todas as pessoas é fundamental, assim como é responsabilidade dos órgãos governamentais encarregar-se do saneamento básico, do abastecimento de água e de campanhas educativas permanentes, é de responsabilidade de cada um de nós evitarmos que o mosquito encontre em nossas casas um ambiente propício para sua proliferação. Para tanto, basta tomar os seguintes cuidados:
- Vasos e plantas:  manter a vasilha que fica sob o vaso seca e com areia até a borda. A água de vasos de flores deve ser trocada a cada dois dias.
- Bromélias e espadas de São Jorge: armazenam água entre as folhas, para não se tornar criadouros, dilua 1colher de sopa de água sanitária em 1 litro de água  e regue 2 vezes por semana.
- Caixas d’água: lavar periodicamente e manter tampadas.
- Piscinas:  manter a água com o nível de cloro adequado.
- Pneus velhos: devem ser furados para eliminar a água que eventualmente se acumule.
- Garrafas vazias:  devem ser guardadas de cabeça para baixo em lugares cobertos e as tampas devem ser jogadas em sacos de lixo recicláveis.
- Recipientes descartáveis:  copos, pratos, travessas, devem ser colocados em sacos de lixo reciclável para que a coleta seja feita.
- Lixo: jamais jogue em terrenos baldios, margens de rios ou de córregos.
- Bebedouros de animais: Devem ser lavados e a água trocada diariamente.
- Depósitos ou reservatórios de água: devem ser mantidos limpos e tampados.