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domingo, 26 de julho de 2009

Jovens estão mais atentos ao uso de camisinha


Os jovens de 15 a 24 anos de idade demonstram mais atitude em relação às doenças sexualmente transmissíveis. Eles têm comportamento mais seguro quando comparados às outras faixas etárias – usam mais o preservativo.
O retrato da vida sexual desse segmento é um dos destaques da Pesquisa sobre Comportamento, Atitudes e Práticas Relacionadas às DST e Aids na População Brasileira de 15 a 64 anos . O levantamento foi realizado em todas as regiões do Brasil e ouviu 8 mil pessoas de 15 a 64 anos de idade.
O grupo entre 15 a 24 anos de idade adota mais o preservativo em todas as situações. Na última relação sexual com parceiros casuais, por exemplo, 68% deles usaram preservativo, enquanto nos maiores de 50 anos a proporção não chega a 38%. Com parceiros fixos, 30,7% dos jovens costumam fazer uso da camisinha.
Entre aqueles de 25 a 49 anos só 16,6% adotam a mesma prática. Acima de 50 anos, o percentual cai para 10%. Isso pode ser um reflexo das campanhas dirigidas para o público e do envolvimento das escolas nas atividades de prevenção às DST e aids.
Apesar do elevado conhecimento, o estudo aponta que, depois da primeira relação sexual, o uso da camisinha cai. Passa de 61% para 50% nas relações sexuais com parceiros casuais.
"Os jovens de hoje nasceram na era da aids, por isso a relação com o preservativo é mais habitual", avalia Mariângela Simão, diretora do Departamento de DST e Aids do Ministério da Saúde.
Segundo Mariângela o problema é que, quando se estabelece a confiança entre eles, o uso do preservativo deixa de ser prioridade, em especial, para as meninas.
É também nessa faixa etária que se registra o maior número de parceiros casuais. No último ano, 14,6% dos jovens tiveram mais de cinco parcerias eventuais. No mesmo período, o índice foi proporcionalmente a metade (7,2%) entre a população de 24 a 49 anos de idade.
• Mais de 96% da população de todas as regiões do Brasil sabe que o uso do preservativo é a maneira mais eficiente de evitar a transmissão da aids.
• Mais de 93% das pessoas têm conhecimento que a doença é incurável.
• Os indivíduos das regiões Sul (82,8%) e Centro-Oeste (81,1%) são mais sexualmente ativos do que os das demais regiões: no Norte 79%, no Nordeste 74% e no Sudeste 76,5%.
• O maior índice de relacionamento sexual com pessoas do mesmo sexo é da região Sudeste com 8,4%, seguido respectivamente das regiões Nordeste (7,2%), Norte (7%), Sul (6,8%) e Centro-Oeste (5,6%).
• Na primeira relação sexual entre os jovens de 15 a 24 anos, o uso do preservativo varia de quase 70% no Sul a 52% no Nordeste (no Sudeste 64,6%, no Centro-Oeste 64,4% e no Norte 56,1%).
Um dado da PCAP que chama a atenção é que a internet tem sido um meio utilizado pelos jovens para conhecer parceiros.
A pesquisa mostra que 10,5% teve pelo menos um parceiro sexual que conheceu na rede mundial de computadores. Entre os acima dos 50 anos, esse tipo de comportamento não chega a 2%.
O acesso a camisinha é mais um avanço apontado pela pesquisa. Os jovens são os que mais pegam preservativos nos serviços de saúde (37,5%). Entre aqueles que têm de 25 a 49 anos, o percentual é de 27% e acima dos 50 anos é de 10,7%. Além disso, existe um considerável número de jovens que retiram preservativo nas escolas (17%).