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terça-feira, 10 de junho de 2008

Frota de veículos da capital paulista ultrapassa 6 milhões

Por: Riselda Morais


A frota de veículos na capital paulista atingiu a marca de 6 milhões de veículos no mês de fevereiro e cresceu acima da média em março, que teve 48.571 novos veículos emplacados, contra 29.902 em fevereiro e 26.722 em janeiro, segundo dados do Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito).
A frota de veículos que ganhou as ruas paulistanas e aumentou os congestionamentos em março é 64% maior que a média mensal de crescimentos de todo o ano passado, que foi de 29.035 veículos novos.
Segundo dados da Fundação Seade, no período de março de 2007 a marco de 2008 a frota cresceu 6,7% quase dezesseis vezes mais que o crescimento da população que foi de 0,41% no mesmo período.
Se comparados os primeiros três meses deste ano com os do ano passado, a frota cresceu 45%, 105.195 veículos emplacados em 2008 contra 72.147 em 2007.
Segundo o Detran-SP, a cidade ganha cerca de mil novos veículos por dia, mas em março o número subiu para 1.500 veículos novos diariamente. Hoje, existe um veículo para cada dois habitantes em São Paulo, se enfileirados os 6.067.707 veículos daria para dar uma volta na Terra, percurso que tem cerca de 40 mil quilômetros de circunferência.
Enquanto as indústrias automobilísticas comemoram o sucesso de vendas de veículos, a cidade sofre com carros demais e ruas de menos. Segundo dados da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a infra-estrutura urbana, quantidades de ruas e avenidas aumentou apenas 6%, contra 25% no crescimento da frota de veículos na última década. A capital tem hoje, 17,2 mil quilômetros de vias e congestionamentos gigantes, o maior deles foi registrado na noite de 03 de abril deste ano, com 229 km.
Ainda segundo dados da CET, o pico de lentidão do trânsito saltou de 86 km em 2006, para 90 km em 2007 e de 114 km no período da manhã para 128 km à tarde.
A velocidade média dos carros em horário de pico caiu para 27 km/h em 2007, enquanto em 2006 era de 29 km/h. Já com os ônibus a lentidão é ainda maior, caiu para 12 km/h quando o ideal seria de 20 km/h.
Entre as vias campeãs de congestionamentos no período de janeiro a março deste ano, a Marginal Tietê ocupa o primeiro lugar com 21,40%; seguida da Marginal Pinheiros com 11,90%, a Radial Leste ocupa o 3º lugar no ranking com 9,30%; o quarto lugar é ocupado pela 23 de Maio/ Rubem Berta e M. Guimarães com 6,50%, em quinto está a Avenida dos Bandeirantes com 4%.
Enquanto a indústria automobilística comemora com os lucros, os cofres públicos sofre com os prejuízos causados pelos congestionamentos que gera um custo de R$ 4,1 bilhões por ano.
Os cálculos que convertem em dinheiro o tempo gasto pela população em seus deslocamentos (perda de R$ 3,6 bilhões), prejuízo causado pela poluição atmosférica - os veículos jogam gás carbônico na atmosfera, tornando a qualidade do ar inadequada, causa doenças como rinites, alergias, gripes, problemas pulmonares, taquicardia, entre outras e leva a população, principalmente crianças e idosos a superlotarem os prontos socorros (R$ 112 milhões) e o elevado número de acidentes de trânsito (312 milhões).
No período de 30 de abril a 04 de maio de 2008 foram registrados 1.164 acidentes, com 552 vítimas feridas e 45 vítimas fatais. Neste período foram registradas nas rodovias paulistas 9.666 autuações por infrações de trânsito.
Enquanto os motoristas se estressam, fazem ultrapassagens proibidas, reclamam, falam palavrões, gesticulam, buzinam, perdem a paciência, brigam no trânsito e até matam uns aos outros, os vendedores de rua não perdem tempo, se o sinal fica vermelho, os carros param nos mais de 5.700 cruzamentos da cidade, eles logo aproveitam para vender alguma coisa, vale tudo: balas, chicletes, chocolates, brinquedos, flores, binóculos, salgadinhos, refrigerantes, água, suco engarrafado, alho, óculos de sol, etc... é do caos do trânsito que os vendedores de rua tiram o sustento da família, eles gostam quando o trânsito pára e dobram seu faturamento.
Além dos vendedores estão a espera nos cruzamentos crianças pedindo dinheiro, fazendo malabarismos ou jogando água com sabão nos pára-brisas dos carros, sujando ao invés de limpar e deixando os motoristas ainda mais irritados. Alguns dos vendedores ganham comissão, são agenciados por pessoas que coordenam o ponto e fornecem a mercadoria, pagando apenas porcentagem.
Para dirigir nesta cidade, respeitar os semáforos (não ultrapassar o farol vermelho), ter paciência, não brigar, dirigir para si e para os outros, não beber antes de dirigir e não abusar na velocidade são precauções necessárias e benéficas para a saúde, para a vida e a segurança.